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Pagamento móvel é opção para as pequenas empresas
A diferença de custo do uso do celular como terminal de transação em relação à máquina tradicional de cartão pode ser de até 90% para estabelecimentos, o que pode gerar uma demanda crescente desse serviço.
Ainda iniciante no País, mas transformando a vida financeira em muitos países menos desenvolvidos, o mercado de pagamentos móveis (mobile payment) deve ser uma opção para micros e pequenas empresas aumentarem a forma de efetuar e receber pagamentos. A diferença de custo do uso do celular como terminal de transação em relação à máquina tradicional de cartão pode ser de até 90% para estabelecimentos, o que pode gerar uma demanda crescente desse serviço.
Pesquisa elaborada pela Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) ao fim de 2012 mostrou que 36% dos usuários de smartphones se mostravam dispostos a realizar transações por meio do dispositivo. E é apostando nesse segmento que empresas de tecnologia estão cada vez mais criando soluções para oferecer o serviço para as micro e pequenas. É o caso da paulista Pagtel, que elaborou uma solução que realiza o pagamento de um determinado serviço contratado pelo cliente do estabelecimento antecipadamente pelo celular. Conhecido como Pagtel Delivery, o serviço tende a aumentar a capacidade de entrega de pedidos a domicílios de empresas.
"O que a gente percebe é que as micro e pequenas têm dificuldade para pagamento de entrega com cartões", disse o diretor da Pagtel, Felipe Lessa. Segundo ele, a grande vantagem dos estabelecimentos ao contratarem o serviço é a economia em não precisar aumentar o número de máquinas que realizam transação de cartão. "O principal benefício é o aumento da capacidade de entrega sem o investimento grande", disse Lessa. A Pagtel cobra uma taxa de adesão de R$ 200 e mais R$ 1 de conveniência que é cobrado do cliente. O serviço já funciona há cinco meses e a empresa conta com 50 clientes cadastrados, com projeção de fechar o ano com 300.
Outra empresa que observa de perto esse mercado é a PagCom. A companhia elaborou um dispositivo que ligado ao celular atua como se fosse uma máquina de transação de cartão de crédito e débito.
A diferença é que o custo é muito inferior, podendo chegar a até 90% de economia se comparado a uma rede adquirente tradicional. O aluguel do dispositivo é de R$ 9,90 por mês, sendo cobrado também uma taxa por transação a partir de 3,75%.
"O nosso objetivo é facilitar o negócios dos micro e pequenos empresários para que eles também possam aceitar cartão de crédito", afirmou o sócio diretor da PagCom, Gabriel Abdalla.
A PagCom, que começou o negócio em dezembro de 2012, espera atingir faturamento de R$ 10 milhões este ano.
Mobilidade em pauta
As próprias bandeiras de cartões de crédito e as redes adquirentes estão buscando fazer parcerias para facilitar o uso pelos pequenos empresários.
A NexxPago, empresa do grupo Nexxera que atua no segmento de tecnologia, entrou nesse mercado em junho firmando parcerias com as principais bandeiras .
"Umas das grandes apostas, até para grandes adquirentes, como Redecard e Cielo, é o uso da mobilidade para baratear o custo tecnológico, porque o aluguel da máquina é desproporcional ao investimento", disse o presidente do Grupo Nexxera, Edson Silva. "As bandeiras, como Mastercard e Visa, também estão preocupadas em criar facilidades para que o pequeno empresário tenha acesso ao cartão de crédito."
A NexxPago avalia que esse mercado possui um grande potencial de crescimento. Segundo Silva, existem mais de quatro milhões de micro e pequenos empresários, com mais de 65% ligados ao comércio "E o fator do custo da mobilidade é importante para que eles possam entrar nesse mercado", afirmou.
Além disso, a Medida Provisória (MP) número 615, que dá poderes para o Banco Central regulamentar o serviço de pagamentos móveis no País também é tida como positiva para desenvolver esse mercado.
"Com a regulamentação saindo este ano ou no começo do ano que vem, acredito que em dois, três anos o mercado de pagamentos móveis já vai estar no cotidiano das pessoas", afirmou Lessa, da Pagtel. "A regulamentação abre espaço para exploração desse novo nicho de mercado", complementou Silva.