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Novo vírus engana vítimas com certificado digital válido
Malware rouba contas bancárias e senhas e se propaga por meio de e-mails. Ele assume a forma de uma fatura do cartão, mas em PDF
Um dos elementos fundamentais do comércio eletrônico é a rede de confiança ativada por certificados digitais. Quando o usuário acessa um site, pode se sentir confiante de que ele é legítimo porque possui um certificado de uma autoridade reconhecida que o valida.
Mas os próprios certificados podem ser vulneráveis. A empresa de segurança Malwarebytes descobriu recentemente alguns malwares na rede que possuíam um certificado digital válido.
"Um de nossos pesquisadores de segurança identificaram este malware", disse o pesquisador sênior de segurança da Malwarebytes, Jerome Segura. "É um Cavalo de Troia típico, mas com uma peculiaridade: foi assinado e, ao contrário de um monte de códigos maliciosos que utiliza assinaturas, esta era válida."
O malware é um ladrão de contas bancárias e senhas, o qual Segura diz que se propaga por meio de e-mails. Parece ser uma fatura em PDF com um certificado válido emitido pela autoridade de certificados SSL DigiCert para uma empresa brasileira de software legitímo chamada "Buster Paper Comercial Ltda", disse Segura. O especialista observa ainda que, embora a empresa tenha sido notificada sobre o código malicioso, o certificado ainda não foi revogado.
"Eu não acho que ele foi só roubado", afirmou Segura. "Parece que o que os criminosos fizeram foi achar esta empresa no Brasil, que é legítima, e essencialmente fizeram um pedido em seu nome à Digicert. Do ponto de vista da autoridade de certificação, esse procedimento é normal. Os golpistas provavelmente falsificaram o endereço de e-mail para comprar o certificado. Parece que é muito fácil para qualquer um que pesquisa um pouco, se passar por uma empresa ou criar um site falso como se fosse uma companhia e, então, comprar um certificado."
Quando alguém clica neste malware em particular, diz Segura, ele abre o que parece ser uma fatura em PDF. Mas ele também cria uma série de processos que se conectam a uma empresa de armazenamento em nuvem. "Este é um sub-domínio para uma empresa de armazenamento em nuvem com foco em compartilhamento de arquivos", diz Segura. "Bem, no nosso caso, é o armazenamento de arquivos para os criminosos."
O falso PDF baixa dois arquivos muito grandes - WIDEAWAKE1.zip e WIDEAWAKE1.ecl. A Malwarebytes também procurou a companhia de armazenamento em nuvem para esclarecimentos sobre o assunto, mas ainda não recebeu uma resposta.
Segura observa que a ThreatExpert, fornecedora de um sistema automatizado de análise de ameaças, identificou um Cavalo de Troia similar com um certificado digital válido em novembro passado - mas o certificado dele foi revogado.
"O que temos aqui é um abuso total dos serviços de hospedagem e de certificados digitais e crimes repetidos pelas mesmas pessoas", disse Segura. "Claramente, se os certificados digitais podem ser tão facilmente explorados, nós temos um grande problema em nossas mãos."