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Atraso no IFRS elevará custos corporativos, diz Audibra
De acordo com especialista, opção de não aderir ao IFRS logo no começo do exercício de 2010 provém da falta de informação precisa
Nina Alves
O atraso na divulgação das normas finais do novo padrão contábil, IRFS, e a falta de clareza nas resoluções já divulgadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) resultarão na elevação dos custos corporativos durante a contabilidade dos balanços trimestrais de 2010. A opinião é do diretor de Programa de Certificação do Instituto dos Auditores Internos do Brasil (Audibra), Renato Fontes Trisciuzzi.
“Pelo formato do novo padrão, não é possível trabalhar off book, ou seja, não dá para rever os cálculos, é necessário refazer tudo. Isso deverá elevar bastante os custos das empresas, seguindo o grau de automatização de cada uma”, analisou Trisciuzzi. Não foram dados valores ou proporções de gastos extras por conta da situação, uma vez que isso varia de companhia para companhia.
Segundo o executivo, pelo fato de as empresas não serem obrigadas a aderir ao padrão já nos três primeiros trimestres de 2010, irão preferir um retrabalho no cálculo a padronizar tudo antes do prazo final.
"Os custos desse retrabalho dependerão do grau de automatização dos sistemas de cada empresa", afirmou Trisciuzzi. Para aquelas que têm capital aberto nas bolsas de Nova York, por exemplo, a transição será mais fácil e menos dispendiosa, pois o nível de automatização é mais elevado. Isso ocorre, por sua vez, pelo fato de que essas companhias geralmente operam com dois tipos de balanço, no formato brasileiro, conhecido como BR Gaap, e no norte-americano, o US Gaap.
De acordo com o especialista, a opção por não aderir ao IFRS logo no começo do exercício de 2010 provém da falta de informação precisa sobre como proceder durante a transição. “As companhias estão sentindo dificuldades em aplicar o padrão por não entenderem ainda as mudanças com as novas normas, o que as vem impedindo de tomarem a iniciativa de aderir ao IFRS já nos balanços trimestrais de 2010, isentos da obrigatoriedade”, resslatou Trisciuzzi.