Carregando...

Notícias

Notícia

Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 2,2%, na atividade econômica

O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 2,2%, na atividade econômica em agosto, em comparação a julho e crescimento de 4,4% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao findo em maio. Na comparação interanual a economia apresentou queda de 4,9% no mês e de 5,9% no trimestre móvel findo em agosto.

O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 2,2%, na atividade econômica em agosto, em comparação a julho e crescimento de 4,4% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao findo em maio. Na comparação interanual a economia apresentou queda de 4,9% no mês e de 5,9% no trimestre móvel findo em agosto.

A economia continuou a apresentar crescimento em agosto (2,2%) mantendo a trajetória de recuperação observada desde maio. No entanto, o ritmo de retomada parece ter desacelerado após o expressivo crescimento de 4,6% da economia em junho. Apesar da melhora da atividade na comparação com os meses imediatamente anteriores, o desempenho com relação ao ano passado continua sendo negativo, com taxas menos negativas do que as observadas em abril e maio, quando o país estava na fase mais intensa das medidas de isolamento social. E, é o setor de Serviços, particularmente de outros serviços (restaurantes, hotéis, etc.), fortemente atingido pelo distanciamento social, onde a recuperação é mais lenta. Certamente, a elevada incerteza quanto ao futuro da pandemia inibe uma recuperação mais robusta de todas as atividades.” afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

A economia cresceu 2,2% em agosto, na comparação com julho e apresentou queda de 4,9%, na comparação com agosto de 2019, conforme mostrado no Gráfico 1 do Press Release. Na comparação interanual houve queda nas três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços), embora apenas a agropecuária tenha apresentado trajetória descendente nesta comparação. Em contrapartida, com relação ao mês imediatamente anterior, além do crescimento das três grandes atividades econômicas, todas as atividades industriais cresceram e, das sete que compõe, o setor de serviços, apenas os serviços de informação apresentaram recuo (-0,8%). Pela ótica da demanda, o único componente a não apresentar retração na comparação interanual foi a exportação; na comparação com ajuste sazonal, o consumo do governo e as exportações foram as únicas que apresentaram retração.

ANÁLISE DESAGREGADA DOS COMPONENTES DA DEMANDA
A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi feita na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes. No entanto, como as medidas de isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19 iniciaram-se em meados do mês de março, tendo significativos impactos na economia, durante o ano de 2020, após a usual apresentação da composição da taxa trimestral é apresentada, também, a desagregação da taxa mensal interanual destes componentes.

Consumo das famílias

O consumo das famílias caiu 6,7% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao mesmo trimestre no ano anterior. Apesar de negativo, este resultado mostra tendência ascendente em relação a queda de 13,5% registrada no 2º trimestre. Todos as categorias de consumo apresentaram melhoras, embora apenas o consumo de bens não duráveis tenha apresentado variação positiva no trimestre (0,6%). O consumo de serviços, que recuou 9,8% no trimestre analisado, embora também esteja com taxas menos negativas do que as anteriormente observadas, é o que tem a recuperação mais lenta entre todas as categorias de consumo. As maiores quedas do consumo de serviços concentram-se em alojamento, alimentação, saúde privada e demais serviços prestados as famílias.

Na análise mensal interanual, nota-se que, todas as categorias de consumo apresentaram taxas negativas, a exceção do consumo de produtos duráveis, que cresceu 1,4% em agosto, interrompendo uma sequência de seis retrações consecutivas, nesta comparação. A única categoria de consumo a apresentar trajetória descendente foi a de consumo de produtos não duráveis que voltou a retrair em agosto (-2,6%), após ter crescido por dois meses consecutivos. As demais se tornaram menos negativas.

Formação bruta de capital fixo (FBCF)

A FBCF retraiu 4,2% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao mesmo trimestre de 2019. A retração mais expressiva continua sendo a de máquinas e equipamentos (-10,7), que explica majoritariamente a retração deste componente. Embora a retração de máquinas e equipamentos seja resultado de quedas generalizadas do segmento, as retrações observadas nos automóveis, camionetas, caminhões e ônibus permaneceram sendo as principais responsáveis pelo forte recuo do componente.

Na comparação interanual observa-se que todos os componentes apresentaram retração em agosto, com destaque para o forte recuo de 8,4% de máquinas e equipamentos.

Exportação

A exportação de bens e serviços cresceu 7,2% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação com o mesmo trimestre de 2019. Os principais destaques positivos que explicam esse crescimento foram os produtos agropecuários e da extrativa mineral com crescimentos de 29,7% e 17,8%, respectivamente. Como destaques negativos, a exportação de bens de capital e a exportação de serviços continuaram apresentando fortes retrações (-21,4% e -21,0%, respectivamente).

No Gráfico 7 do Press Release, nota-se que o volume total exportado de bens e serviços cresceu em agosto (1,4%). Apesar dos fortes crescimentos da exportação de produtos agropecuários e dos bens de consumo, as fortes retrações da exportação dos bens de capital e dos serviços amorteceram o crescimento das exportações.

Importação

A importação retraiu 23,0% no trimestre móvel findo em agosto, comparativamente ao mesmo trimestre de 2019. O Gráfico 8 do Press Release mostra que esse componente segue em trajetória declinante desde o trimestre findo em abril deste ano. Praticamente todos os componentes da importação apresentaram queda no trimestre findo em agosto. A única exceção é a importação de produtos agropecuários que cresceu 8,7%. As expressivas quedas de bens intermediários (-18,1%) e dos serviços (-34,3%) explicam a maior parte desta retração. O principal destaque na retração da importação dos serviços deve-se às viagens internacionais.

Conforme apresentado no Gráfico 9 do Press Release, apenas a importação de produtos agropecuários apresentou resultado positivo. Os demais produtos apresentaram taxas negativas, o que resultou na queda de 20,4% da importação, na comparação interanual de agosto.

MONITOR DO PIB-FGV EM VALORES

Em termos monetários, o PIB em valores correntes foi de aproximadamente 4 trilhões, 689 bilhões, 536 milhões de Reais no acumulado do ano até agosto.

TAXA DE INVESTIMENTO

O Gráfico 10 do Press Release, destaca em duas linhas as médias das taxas de investimento: a de cima mostra a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2000 (18,0%); a linha de baixo mostra a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2015 (15,7%). Observa-se que a taxa de investimento em agosto foi de 17,0%, na série a valores correntes. Apesar de estar acima da taxa de investimentos média de 2015 em diante e de apresentar trajetória ascendente desde maio, o atual nível da taxa de investimentos ainda se encontra abaixo da taxa de investimentos média da economia brasileira desde 2000.

ANÁLISE ESPECIAL DAS ATIVIDADES DE SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA

A chegada da pandemia de Covid-19 no Brasil, com a adoção das recomendações de isolamento social, tem impactos diretos e indiretos na economia, afetando, praticamente, todas as atividades econômicas. Nesta seção especial que estará disponível no Monitor do PIB-FGV durante todo o ano de 2020, busca-se compreender como duas das principais atividades econômicas diretamente afetadas pela Covid-19 (saúde pública e privada) têm sido impactadas pelo avanço da pandemia no país. Em conjunto essas duas atividades representavam, de acordo com o IBGE, 4,3% do PIB em 2017, sendo a saúde pública responsável por 2,0 p.p. e a saúde privada pelos outros 2,3 p.p.

Saúde pública

A saúde pública compõe, com participação de 13% (em 2017, de acordo com as TRUs ), a atividade de Administração Pública na desagregação do PIB em 12 atividades, nas Contas Nacionais Trimestrais do IBGE. Em agosto, a atividade de saúde pública recuou 16,8%, na comparação interanual. Este resultado mostra uma contribuição de -2,2 p.p. da saúde pública para a retração de 7,4% da atividade de Administração pública, no trimestre móvel findo em agosto. Os Gráficos 11 e 12 do Press Release mostram a evolução mensal da atividade de saúde pública e a contribuição trimestral para a atividade de Administração Pública.

Saúde privada

A saúde privada compõe, na desagregação do PIB em 12 atividades, nas Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, a atividade de Outros Serviços, com 15,1% (em 2017, de acordo com as TRUs) de representatividade nesta atividade. Em agosto, a atividade de saúde privada retraiu 18,0%, na comparação interanual. Este resultado mostra uma contribuição de -2,7 p.p. da saúde privada para a retração de 20,0% de Outros Serviços, no trimestre móvel findo em agosto. Os Gráficos 13 e 14 do Press Release mostram a evolução mensal da atividade de saúde privada e a contribuição trimestral para a atividade de Outros Serviços.

Essas quedas de produção da atividade de saúde, tanto pública como privada, estão, provavelmente, associadas ao adiamento de consultas e exames devido ao isolamento social.

É importante destacar que as estimativas realizadas para a saúde pública e privada no Monitor do PIB-FGV não abrangem toda a composição da Conta Satélite de Saúde do Brasil, divulgada pelo IBGE. Além das atividades de saúde pública e privada, a Conta Satélite abrange outras atividades, tais como fabricação de produtos farmacêuticos, comércio de produtos farmacêuticos entre outras atividades relacionadas à saúde.

Outro ponto importante de destacar é que essas estimativas são calculadas com base nos dados disponibilizados no DataSUS, e essas informações, por serem constantemente atualizadas, podem sofrer grandes alterações entre as divulgações.

APÊNDICE – NOTA EXPLICATIVA
O Monitor do PIB-FGV estima mensalmente o PIB brasileiro em volume e em valor. O objetivo de sua criação foi prover a sociedade de um indicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE. Sua série inicia-se em 2000 e incorpora todas as informações disponíveis das Contas Nacionais (Tabelas de Recursos e Usos, até 2017, último ano de divulgação) bem como as informações das Contas Nacionais Trimestrais, até o último trimestre divulgado (segundo trimestre de 2020).

O indicador é ajustado as Contas Nacionais Trimestrais sempre que há mudanças metodológicas e a cada trimestre divulgado. Ou seja, nos trimestres calendários, as médias trimestrais dos índices de volume do Monitor do PIB-FGV serão iguais aos indicadores trimestrais, sem ajuste sazonal, das Contas Nacionais Trimestrais. Nos trimestres calendário, são utilizados os mesmos modelos do IBGE para calcular todas as séries desagregadas com ajuste sazonal, tanto pela ótica da oferta, como da demanda. Para o ajuste sazonal mensal é utilizado o modelo mensal do IBC-Br, do Banco Central; para os trimestres móveis utiliza-se uma média desses ajustes mensais.

Assim, as estimativas do Monitor do PIB-FGV antecedem os resultados das Contas Nacionais Trimestrais nos meses em que este é divulgado. E, nos meses em que não há divulgação, o Monitor representa uma excelente antecipação para as tendências do PIB e seus componentes.

O Monitor do PIB-FGV compõe-se de um relatório descrevendo os principais resultados com ilustrações gráficas e de uma tabela Excel com informações de volume, em valores correntes, e a preços de 1995 das 12 atividades econômicas que agrupadas formam os 3 setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços). Apresenta, ainda, o Valor Adicionado a preços básicos, os impostos sobre os produtos e o PIB e também os componentes do PIB pela ótica da demanda. Outro ponto a ser destacado é que o Monitor torna disponíveis desagregações que não são divulgadas pelo IBGE, mas que são relevantes para um melhor entendimento da absorção doméstica e da demanda externa. As desagregações disponibilizadas pelo Monitor são:

  • Consumo das Famílias: bens de consumo duráveis, semiduráveis, não duráveis e serviços. Adicionalmente eles são classificados em nacionais e importados;
  • Formação Bruta de Capital Fixo: em máquinas e equipamentos, construção e outros. Para máquinas e equipamentos e outros, há a desagregação entre nacionais e importados;
  • Exportações e Importações: em produtos agropecuários, produtos da extrativa mineral, produtos industrializados de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis), produtos industrializados de uso intermediário, bens de capitais e serviços.

São divulgadas as séries de base móvel, séries encadeadas, séries encadeadas dessazonalizadas, as taxas mensais, trimestrais e anuais comparadas a igual período do ano anterior e as taxas mensais e trimestrais comparadas a período imediatamente anterior, e os valores nominais correntes e a preços de 1995. Uma metodologia detalhada está disponível no link: portalibre.fgv.br/metodologias

Chat