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Obstáculos e desafios: mulheres na liderança

Como coach, observo no meu dia-a-dia de trabalho as diferenças gritantes entre clientes homens e mulheres em posição de liderança.

Mulheres líderes: este é um assunto que está cada vez sendo mais discutido e apoiado na nossa atualidade. Grupos como Mulheres do Brasil liderado por Luiza Trajano, Ellevate Network fundada por Janet Hanson da Goldman Sachs em 1997 e hoje com mais de 40 chapters espalhados pelo mundo, Rede Mulher Empreendedora (RME) que foi idealizada por Ana Lúcia Fontes durante o “Programa 10 mil Mulheres da FGV” e hoje conta com mais de 300 mil empreendedoras cadastradas, reforçam a importância, o comprometimento e a seriedade com que as mulheres devem ser olhadas.

Como coach, observo no meu dia-a-dia de trabalho as diferenças gritantes entre clientes homens e mulheres em posição de liderança. Os desafios, os obstáculos, as questões pessoais e profissionais permeiam nos mesmos temas, mas sempre são diferentes. A mulher normalmente tem um menor apoio da família e da sociedade para encarar uma posição que exija dela mais tempo e mais comprometimento, e infelizmente as mulheres além de sentirem-se mais inseguras e despreparadas para assumirem estes cargos, entram em conflito com quem elas são na feminilidade delas e quem o cargo, empresa ou sociedade exige que elas sejam.

No texto de hoje, eu fui buscar inspiração e informação dentro da nossa realidade de mulher vivida hoje! A Aline Pompermayer fala pra gente sobre desafios, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e como é ocupar um cargo de liderança nos dias de hoje.

Quais são para você, os maiores obstáculos e desafios que as mulheres encontram hoje ocupando cargos de liderança?

Acredito que a visão da liderança feminina é multifacetada, que além da entrega em si que o cargo exige, existe um pensar na forma e na sustentabilidade desta entrega. Pois é uma liderança que vai além do racional, tem emoção envolvida, tem intuição, tem senso de maternidade em relação ao cuidar e ao educar, tem dinamismo na tratativa de várias questões ao mesmo tempo. E o resultado disso é um envolvimento maior.

E quando adicionamos a este panorama obstáculos como a desigualdade salarial de gêneros, o assédio moral e sexual, as cobranças sociais para com as mulheres em relação a estética, a maternidade e ao casamento, o “modo automático” de relacionarmos homens como líderes, e de pouco questionarmos as mulheres que não buscam a liderança; para mim, o nosso desafio como líderes está em não deixarmos de ser as mulheres que somos apesar dos obstáculos.

Como você lida com estes desafios?

Buscando o desenvolvimento pessoal além do profissional. E faço isso através de cursos, palestras, leituras, buscando referências em exemplos femininos de liderança e também através de coaching, uma forma “sob medida/personalizada” de me ajudar com meus desafios. Acredito que quando melhoramos como indivíduos, nos tornamos melhores líderes também.

O que te motiva a ocupar um cargo deste?

As oportunidades que um cargo de liderança proporciona, como a oportunidade de mudança, de inovação e de desenvolvimento das atividades, dos processos, dos objetivos e propósitos da empresa, e também das pessoas envolvidas.

Como você se prepara ou se preparou para ocupar este cargo?

Minha formação é em administração de empresas, um curso com diversas matérias de recursos humanos, gestão e liderança. Também tive experiências profissionais sendo liderada e liderando pessoas e projetos. Profissionalmente me preparei assim, com teoria e prática, afinal não é isso que exigem nos nossos currículos? Mas hoje tenho clareza que além disso, como líder preciso trabalhar meu desenvolvimento pessoal.

Como você equilibra sua vida pessoal com a demanda de um cargo de liderança?

Não equilibro, mas sigo tentando!

Algumas responsabilidades da liderança são difíceis de serem deixadas na empresa no final do dia, elas acabam acompanhando o líder durante o jantar, no final de semana e na tomada de decisões pessoais também.

Ter cada vez mais clareza dos meus objetivos pessoais e profissionais, para conseguir dosar e priorizar minhas “energias” com cada um deles, ajuda neste equilíbrio. A tecnologia também tem sido muito importante, pois traz liberdade para realizarmos atividades profissionais e pessoais em qualquer lugar e a qualquer momento.

O que você gostaria de dizer para as mulheres que tem em sua visão de carreira a ocupação de cargo de liderança?

– Se preparem profissionalmente e pessoalmente para a liderança;

– Um bom líder nunca faz tudo sozinho, então busquem ajuda e recursos para se prepararem;

– A liderança feminina é diferente da masculina, não deixem de ser diferentes;

– Acreditem que como líder cada mulher pode contribuir para mudar os obstáculos que hoje enfrentamos;

– Inspirem outras mulheres a serem líderes.

Algo que não foi perguntado, que gostaria de acrescentar?

Para aquelas que não buscaram e não queriam um cargo de liderança, mas são líderes, aproveitem esta oportunidade para realizar o que gostariam que fosse diferente quando estavam na posição de lideradas; tenham empatia e coragem para fazer a diferença enquanto líderes.

Este artigo não precisa nem de paragrafo final, faço da Aline as minhas palavras! Coragem mulheres!

Livia Zillo empreendedora, sócia da Ikigai com mais duas mulheres potências, enérgica e comprometida com o “esclarecer”. Sem rótulos, e em tom de bom humor espontâneo e uma postura que provoca a escuta ativa e a fala presente, essa coach com MBA em Gestão de Projetos, formação em Coaching Ontológico, Liderança e Neuro-sistêmico, e especialista em linguagem corporal, conecta a sua contribuição para o mundo com as relações do comportamento humano.

Aline tem 35 anos é administradora de empresa, trabalha como Gerente Administrativa em pequena-média empresa e hoje gerencia 7 áreas. Além de sempre procurar evoluir e se melhorar, Aline ama se conectar com as pessoas à sua volta, viajar e pedalar.

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