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Ética na empresa ou ética da empresa?

Para falar sobre o assunto, entrevistamos Flávio Farah, especialista em ética pessoal e empresarial e autor do livro “Ética na Gestão de Pessoas”

A noção que temos de ética é bastante abrangente e, geralmente, se aplica a todos os aspectos de nossas vidas. Quando tratamos de maneira específica da ética dentro das empresas, o assunto exige que observemos com mais atenção algumas particularidades. Para falar sobre o assunto, entrevistamos Flávio Farah, especialista em ética pessoal e empresarial e autor do livro “Ética na Gestão de Pessoas”.

Conforme ressalta Farah, “existem dois conceitos de Ética Empresarial: um deles verdadeiro, e outro falso. O verdadeiro define ética empresarial como ética 'da' empresa. O falso concebe ética empresarial como ética 'na' empresa”.

Segundo ele, a ética empresarial deve ser definida como ética “da” empresa e enumera alguns motivos para isso:

a) a organização possui uma conduta institucional que não se confunde com a conduta individual de seus membros;

b) a existência de uma conduta institucional implica que a empresa é um agente moral cuja conduta afeta seu público interno (funcionários) bem como seus públicos externos;

c) a ética na empresa representa uma mera extensão da ética individual;

d) a empresa é uma instituição social que atua em nome da sociedade para cumprir finalidades sociais específicas, razão pela qual a empresa tem que prestar contas de sua conduta institucional a essa mesma sociedade;

e) excetuando-se os casos de corrupção envolvendo agentes públicos, a ética da empresa possui um impacto social bem maior do que a Ética na empresa.

Atenção à “etica errada”

Ética empresarial, portanto, diz respeito à conduta institucional da empresa em relação a funcionários, clientes, fornecedores, concorrentes, governo, comunidade. Mas, conforme ressalta Farah, é comum que algumas organizações expressem “preocupação exclusiva com a Ética na empresa, isto é, com a conduta individual de seus empregados no ambiente de trabalho, dando pouca ou nenhuma importância aos danos que sua conduta institucional possa causar a seus públicos.

Precisa de código de ética?

Para Farah, “o Código de Ética é pouco importante. O fundamental é que a empresa possua uma cultura ética. A liderança é um fator crítico em relação à cultura corporativa, pois os líderes podem criar, manter e modificar a cultura da empresa. Provavelmente, a contribuição mais importante para a formação de uma cultura ética é o estilo e o exemplo do líder da organização”.

“O primeiro passo para que a empresa consiga implantar uma cultura ética é a presença de um diretor-presidente dotado de fortes valores morais e de uma firme disposição para fazer com que esses valores guiem as ações e decisões da companhia. Líderes com essas características têm a capacidade de mudar os valores, as crenças, as atitudes e os comportamentos de seus seguidores por meio da expressão de seus padrões pessoais de conduta”, afirma Farah.

E você: o que tem feito para contribuir com a cultura ética da sua organização?

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