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Você é dono do seu próprio tempo?
Cultivamos a ideia de que quanto mais rápido atingirmos nossos objetivos, melhor.
O dia tem apenas 24 horas, mas é incrível como para algumas pessoas parece durar mais. Fui um workaholic durante vários anos. Trabalhava mais de 12 horas por dia porque acreditava que essa era a receita para alcançar o sucesso e realizar meus sonhos.
Ledo engano. Um problema de saúde me fez rever meus conceitos. Fui obrigado a trocar pelo menos duas horas do meu tempo de trabalho pela prática de exercícios físicos.
O curioso é que, depois de promover essa mudança, mesmo trabalhando menos, minha produtividade aumentou.
Então, percebi que não era dono do meu tempo. Outras pessoas o comandavam sem que eu percebesse e, por isso, ele se esvaia como as águas de um rio, sem o meu controle. Passei a observar pessoas que conseguem realizar grandes projetos e vi como elas são donas do seu tempo.
Percebi como mantém o foco em seus objetivos de forma organizada. Quando alguém diz não ter tempo para algo, na verdade está dizendo que aquilo não é sua prioridade.
Entre as diversas pessoas que entrevistei durante meus estudos sobre motivação e empreendedorismo, estava Carlos. Ele era um empresário do ramo do turismo e trabalhava muito. Acreditava que esse era o caminho para conseguir realizar seus objetivos e fazer sua agência de viagens crescer.
Ele tinha um sócio que, pontualmente, fechava suas gavetas às 18h e ia para academia de ginástica. Carlos achava que deveria ser melhor remunerado, uma vez que trabalhava mais. O clima entre os dois ficou ruim quando alguns negócios não se concretizaram e Carlos culpou a falta de dedicação de seu parceiro.
Pouco tempo depois, Carlos foi surpreendido com a notícia de que sua filha estava com leucemia. Foram meses de tratamento que exigiram que ele também fechasse suas gavetas mais cedo para cuidar de sua filha.
Ele teve que priorizar as tarefas da agência e se concentrar no que era realmente importante. A história teve um final duplamente feliz. A filha de Carlos ficou curada e a agência continuou a crescer. Carlos também percebeu como o segredo do sucesso não está na quantidade de trabalho que realizamos, mas na qualidade do trabalho.
Tenho inúmeros amigos da chamada Geração Y que vivem "conectados" 24 horas. Acham que isso significa ganhar tempo, mas, na verdade, estão perdendo foco. Cultivamos a ideia de que quanto mais rápido atingirmos nossos objetivos, melhor.
A partir dos meus estudos criei um ciclo para administração do nosso tempo divido em quatro etapas fundamentais: o tempo para despertar, o tempo para aprender, o tempo para construir e o tempo para compartilhar.
O tempo para despertar é a etapa da nossa vida em que devemos focar nossos objetivos na descoberta da nossa essência e identificar quais são nossos talentos e o trabalho capaz de nos apaixonar e motivar.
A segunda etapa é o tempo de aprender. Nesse período, você investirá na aquisição dos conhecimentos para se tornar uma pessoa capaz de realizar seu sonho. Só depois de aprender podemos iniciar a etapa que chamo do tempo de construir, que é o momento em que você, de fato, começará a produzir e construir uma carreira ou realizar um projeto.
Por fim, nunca devemos esquecer a última e importante etapa do ciclo: o tempo de compartilhar. Classifico essa etapa como uma grande missão em nossas vidas. Todos devem dividir seus conhecimentos e experiências para ajudar pessoas a traçar caminhos melhores. Então, vá em frente, seja dono do seu tempo e realize grandes objetivos.