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Indústria em retração
O faturamento real também caiu 0,5%, e as horas trabalhadas, para 3,6%.
A queda do consumo das famílias brasileiras tem afetado os resultados do setor produtivo. Após dois meses consecutivos de alta, os indicadores industriais registraram queda em maio. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que a utilização da capacidade instalada recuou 0,7 ponto percentual em comparação a abril, quando o índice chegou a 82,9%. O faturamento real também caiu 0,5%, e as horas trabalhadas, para 3,6%.
Apesar dos resultados negativos, o economista da CNI Marcelo Ávila avaliou que não há uma tendência de queda da atividade fabril. Para ele, o que preocupa a indústria é a instabilidade dos resultados, uma vez que, durante os cinco primeiros meses do ano, os indicadores se alternaram entre altas e baixas. "Isso dificulta as previsões de demanda dos empresários e a capacidade de avaliar o setor", comentou.
Ávila ressaltou, no entanto, que os resultados não sugerem ainda demissões em massa. Ele ressalta que o setor não pode se dar ao luxo de perder força de trabalho. "O custo de dispensa é alto e fica ainda maior quando é necessário treinar alguém novo", detalhou.
O economista da Universidade de Brasília José Matias-Pereira discorda. "Com esse desempenho, há um quadro sombrio de dispensas de profissionais, porque a indústria não cresce em comparação com o agronegócio, por exemplo", alertou.