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Queda nos juros da Caixa e do BB gera insegurança quanto à inadimplência

Os consumidores também vão poder aproveitar a situação favorável para liquidar suas dívidas e voltar para o azul.

Autor: Viviam Klanfer NunesFonte: InfoMoney

A situação do crédito no Brasil sofrerá uma boa mudança nos próximos meses. Isso porque tanto o Banco do Brasil quanto a Caixa Econômica Federal  anunciaram corte agressivo em suas taxas de juros, para pessoas físicas e jurídicas. A expectativa é que, para se manterem competitivos, os demais bancos do Brasil façam o mesmo. Mas e a inadimplência, como vai ficar com tanta facilidade de crédito?

Visando ao crescimento do País, o governo já vinha pressionando os bancos no sentido de reduzir suas taxas de juros, mas, se por um lado, isso será positivo tanto para os consumidores quanto para as empresas, por outro, sem cuidado e, principalmente, sem educação financeira, a situação de inadimplência e endividamento pode se agravar no País, conforme avaliam especialistas.

Crédito consciente
O presidente da ProScore, Bureau de Informação e Análise de Crédito, Ivo Barbiero, acredita que realmente não há necessidade dos bancos manterem spreads (diferença do custo do dinheiro captado e ofertado pelas instituições financeiras) tão elevados, o que possibilita uma boa redução nos juros cobrados em suas linhas de crédito.

Porém, também entende que o crédito deve ser praticado de forma bastante consciente, tanto da parte dos consumidores quanto das instituições financeiras, para que o objetivo do governo seja realmente alcançado, evitando mais índices de inadimplência e endividamento.

“O sucesso da medida vai depender muito da atuação do banco”, explica Barbiero. O educador financeiro Reinaldo Domingos tem opinião semelhante, ressaltando que será muito importante o consumo consciente com a educação financeira.

Na prática, o banco tem de ter a inteligência de entender que o dinheiro emprestado será empregado para ajudar a pessoa física ou jurídica a sair de alguma situação de endividamento e não para colocá-la novamente em uma situação dessa. Do lado do consumidor, será preciso que ele avalie se realmente precisa dos recursos financeiros antes de solicitar um empréstimo, evitando, sobretudo, o consumo desenfreado e desnecessário.

Boas notícias
Apesar do receio que os cortes trazem, as medidas deverão trazer aquecimento para a economia brasileira. As empresas, por exemplo, vão poder tomar fôlego para vender mais. O Banco do Brasil reduziu em 15% a taxa média das principais linhas de capital de giro, para as micro e pequenas empresas. A Caixa, por sua vez, vai destinar mais de R$ 10 bilhões para o setor.

No caso das micro e pequenas empresas, o acesso facilitado ao crédito vai ajudá-las a lidar com eventuais problemas financeiros pelos quais estejam passando. Os consumidores também vão poder aproveitar a situação favorável para liquidar suas dívidas e voltar para o azul.

Os juros anuais do cheque especial do BB, por exemplo, caíram 67%. Os clientes do banco com crédito salário terão redução dos juros de 8,18% ao mês para 3,50% ao mês. Os demais clientes terão taxa máxima de 4,27% a.m., podendo chegar a 1,35% a.m., dependendo do seu relacionamento com a instituição. Na mesma linha, entre as novidades anunciadas pela Caixa nesta segunda-feira (9), as linhas voltadas à aquisição de bens e serviços de consumo terão queda de juros de até 45%.

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