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Festas de fim de ano exigem esforço extra das empresas

Indústria e comércio vêm terceirizando suas operações logísticas para focar esforços e garantir a eficiência nos processos de armazenagem, transporte e distribuição

Autor: Cláudia BorgesFonte: Jornal do Comércio

O hábito de trocar presentes no Natal, assim como de entrar o ano vestindo uma roupa nova, movimenta radicalmente a economia do País nos meses de novembro e dezembro. É comum ver os consumidores num verdadeiro corre-corre comprando roupas, calçados, acessórios, celulares, brinquedos, eletroeletrônicos, computadores e artigos esportivos. 

Graças a esse movimento, muitos comerciantes registram seus recordes de vendas neste período. E neste ano Papai Noel promete ser ainda mais generoso. A expectativa é de que as vendas sejam as melhores desde 2005. Mas para impedir que o período seja de frustração para os consumidores, a indústria e o comércio cada vez mais vêm terceirizando suas operações logísticas. 

Assim as empresas têm mais tempo para focar esforços em seu core business e garantir a eficiência nos processos de armazenagem, transporte e distribuição das mercadorias com a contratação dos operadores logísticos. Estas empresas terceirizadas operam nos bastidores, transportando as mercadorias de um lado para o outro do território brasileiro. 

Para ter eficiência ao longo do ano e dar conta dos períodos de pico que ocorrem nas datas especiais como Natal e Ano Novo, em que a movimentação de cargas cresce de 15% a 50%, os operadores logísticos investem em infraestrutura, em tecnologia da informação, na aquisição e veículos e na especialização dos serviços.

LOG Fashion investe na prestação de serviços para o setor da moda

O varejo da moda é um dos segmentos mais procurados para a compra de presentes para as comemorações de final de ano. E o aumento das vendas movimenta um segmento que o consumidor não vê, mas que é vital para a distribuição de mercadorias: a logística. No entanto, ainda há poucas empresas dedicadas à terceirização do manuseio e entrega de artigos de vestuário. Esta atividade, aliás, é um gargalo para a maioria das lojas de roupas, com exceção dos grandes magazines, que já estão estruturados nesta área e possuem seus próprios Centros de Distribuição. Para as pequenas e médias empresas do varejo, ou fabricantes em geral, as operações, o transporte e a distribuição são um problema a mais para se preocupar. A solução acaba sendo a contratar mão-de-obra extra e uso de  espaços da própria loja para armazenamento de estoques. 

A LOG Fashion, que iniciou as suas atividades no segundo semestre deste ano apostou neste nicho e vem apoiando várias grifes com seus serviços de logística. O diretor-geral da empresa, Marcelo Flório, conta que passou doze anos como cliente e, por ter conhecimento, inclusive das dificuldades enfrentadas pelo setor da moda na hora da contratação de um operador logístico, decidiu investir neste segmento. Outro motivo é o mercado,  que está exigindo empresas especializadas, com know-how, para atuar com um tipo específico de mercadoria como vestuário. Não é para menos. O trabalho com vestuário requer processos peculiares como os que a LOG Fashion está preparada para executar. Entre eles o recebimento, separação, controle de qualidade; colocação de alarmes de segurança, etiquetas, código de barras e tags; armazenagem e embalagem das peças dobradas, encabidadas ou em caixas. A empresa também estoca e controla aviamentos e embalagens como sacolas e caixas para presentes. As roupas podem ser nacionais ou importadas, produtos que vão do baixo ao mais alto valor agregado. Para dar suporte a todas estas operações, revela Flório, a LOG Fashion utiliza um software de gerenciamento de armazém (WMS - Warehouse Management System) desenvolvido pela empresa gaúcha AvaCorp, que é parceira de longa data da LOG Fashion. Com este sistema é possível fazer a gestão dos estoques, considerando as grades com as variações de tamanhos, assim como inventários rotativos e cíclicos e o controle dos estoques da venda pela internet (e-commerce). 

Para fechar a cadeia logística, a LOG Fashion também faz o transporte e a distribuição dos vestuários encabidados ou em caixas. A empresa hoje conta com uma frota de 80 veículos, sendo 50% próprios e os outros 50% terceirizados, todos com sistema de rastreamento. 

Com a proximidade do Natal, o movimento no Centro de Distribuição (CD) da empresa, localizado estrategicamente na Granja Viana, na região Oeste da Grande São Paulo (SP), próximo do Rodoanel, cresceu 100% em novembro em relação a junho. “O CD está a pleno vapor cuidando do manuseio, armazenamento e entrega das coleções da La Martina, Hanes, Zorba, Wonderbra, Kendal, Lojas Caedu, Lojas Besni, Fatal Surf, Jezzian, entre outras”, destaca Flório. Dos dez funcionários contratados inicialmente, a operadora logística aumentou sua estrutura para 80 colaboradores em razão do movimento do final de ano. O revezamento em turnos garante o intenso movimento que antecede o Natal.

Como novidades, a empresa apresenta diferenciais como o controle de acervo de estilistas ou marcas - por meio da catalogação com fotos e data da coleção; logística para desfiles e feiras de moda; logística reversa de produtos, cabides, alarmes de segurança e embalagens retornáveis. Cada serviço pode ser contratado individualmente ou como um todo, sempre de acordo com o que o cliente deseja. Já em contato com parceiros estratégicos, Flório pretende expandir o trabalho da empresa a grandes eventos da Moda no Brasil.

Eichenberg destaca a regularidade nas remessas de mercadorias como um diferencial da empresa

A perenidade dos serviços é um dos principais diferenciais entre transportadoras e empresas de logística, afirma o gerente de carga aérea nacional da Eichenberg e Transeich, Marco Antônio Fortunato. “Como operador logístico mantemos uma regularidade nas remessas de cargas. Temos envios todos os dias, para os mais variados destinos do Brasil. Já é praxe trabalharmos com todas as empresas aéreas e Correios (ECT). Se acontecer alguma dificuldade no transporte com uma empresa, por mudança de malha, temos como fazer plano de contingência”, afirma Fortunato. 

Além disso, a empresa, que tem matriz em Porto Alegre, conta com uma rede de distribuição em mais de 48 pontos considerando  filiais e agentes exclusivos espalhados pelo Brasil. Fortunato diz que no período de final de ano não são transportados somente os produtos voltados para as festas de Natal e Ano Novo. As indústrias, como a automotiva, que dão férias coletivas no início de janeiro para os funcionários, antes da virada do ano, aumentam a movimentação de cargas em quantidades que variam até 15% acima do normal. A Eichenberg também tem tradicionalmente um aumento no volume de movimentação de brindes e kits com material de marketing como agendas e calendários. De novembro a dezembro a Eichenberg movimenta até 65 toneladas de itens e kits promocionais. 

O setor de confecções de roupas, acessórios e calçados, de um modo geral, também tem um pico de movimentação de cargas neste período, sucedido por uma fase de baixa, em janeiro e fevereiro. A movimentação entre novembro e dezembro cresce até 20%. Um dos clientes do segmento da moda da Eichenberg é a confecção feminina Ton Âge. Com 29 anos e fábrica localizada em Porto Alegre a Ton Âge tem suas roupas espalhadas pelo mercado nacional e internacional. Além de ter sua marca presente nos principais eventos de moda do Brasil, como o lançamento da Moda Outono/Inverno no Minas Trend Preview, que aconteceu, recentemente, na cidade de Nova Lima (MG), a empresa também exporta seus produtos para toda a América do Sul e Europa. 

Há três anos a Eichenberg cuida desta logística de distribuição com embarques diários via aéreo ou terrestre, da produção da empresa gaúcha para o Brasil e exterior. “Como movimentamos muitos produtos e contamos com uma rede de atendimento pulverizada, conseguimos oferecer um serviço com qualidade e, ao mesmo tempo, bom preço”, diz Fortunato.

Direct Express amplia em 40% as entregas das compras feitas pelo e-commerce para o Natal

O comércio eletrônico é um segmento que requer uma logística diferenciada. Com os comércios e shoppings lotados na época do Natal, realizar compras online é uma alternativa cômoda e ágil para quem não tem tempo a perder. É o momento em que mais consumidores aderem a essa modalidade. A praticidade, segurança e agilidade das lojas virtuais ganham a confiança e conquistam os consumidores que preferem otimizar o tempo e ter a facilidade de receber as compras em casa. 

Mas a confiança está alicerçada na certeza de que os produtos adquiridos através da internet chegarão dentro do prazo determinado. O descumprimento do acordo é sempre desagradável, mas  em datas especiais como o Natal, o atraso na entrega gera uma frustração capaz de fazer o consumidor abandonar as compras virtuais. 

Por isso, além ter know-how no setor para o qual presta serviços, o operador logístico deve se preparar com antecedência para o crescimento da movimentação de final de ano. A Direct Express, atua há sete anos como operador logístico e vem se consolidando como  especialista nas entregas das vendas “virtuais”, feitas através da internet, catálogo, mídia impressa ou televisão. O diretor comercial da Direct, Luiz Nascimento, diz que a especialização por segmento é positiva para os clientes e uma tendência de mercado em função da complexidade de cada negócio. “A empresa que não é focada neste tipo de serviço tem dificuldade de se adaptar, pois a densidade de entregas é muito grande. Hoje nós temos rotas com 90 a 100 entregas por dia”, revela.

Além disso, o entregador precisa de preparação especial para atender o consumidor, pois para o cliente a entrega faz parte do pacote da compra, ou seja, é responsabilidade do site. “Se ele for tratado com grosseria, o site é que corre o risco de perder o cliente. Essa é uma parte da cadeia fundamental para a fidelização do cliente”, afirma Nascimento. Com um milhão de entregas mensais e clientes de peso como B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime), Flores Online, Carrefour, NetShoes, Saraiva.com e Comprafácil, a Direct aposta na associação de três aspectos para garantir o sucesso do negócio: qualidade, escala e tecnologia. “Não conseguimos garantir escala sem o uso de tecnologias de ponta. Também não garantiremos qualidade e a confiabilidade se investirmos em pessoas, no treinamento e na qualificação do quadro de pessoal. Pois se um currier digitar um número errado no equipamento de entrega, pode causar um grande transtorno que não combina com um serviço de entregas em grandes escalas”, explica Nascimento. 

No período do Natal – 20 de novembro a 20 de dezembro, a empresa prevê crescer 40% em relação a 2009. A previsão é de movimentação de cerca de 50 mil remessas por dia. Para não deixar ninguém na mão, a Direct dispõe de tecnologia própria com sistemas de rastreamento, monitoramento e abastecimento de informações em tempo real, que permitem que o cliente saiba detalhadamente onde se encontra a entrega.

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