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Retardar entrega do imposto de renda pode ser bom negócio
Deixar o envio das informações para os últimos dias favorece maior correção dos valores relativos à restituição
Se entregar a Declaração do Imposto de Renda com antecedência é recomendado para quem deseja receber mais rápido a restituição, e até mesmo evitar as recorrentes lentidões ou quedas de sistema de última hora – geralmente provocadas por picos no volume de dados enviados pelos contribuintes na reta final –, postergar o envio desta obrigação ao Fisco pode ser mais vantajoso economicamente.
A opinião é do administrador de empresas e estudioso de temas fiscais e tributários, Edgar Madruga. Segundo ele, deixar a entrega mais para o final do prazo pode ser um bom negócio, posto que os valores a serem restituídos se corrigem pela taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 10,75% ao ano e com forte viés de alta.
“Geralmente, a entrega do IR visando o recebimento de restituições nos primeiros lotes é vantajosa para quem precisa quitar dívidas e não deseja pegar empréstimos pessoais, cujas taxas são altíssimas. Por outro lado, contribuintes sem pressa podem deixar o envio das informações para os últimos dias, a fim de obter maior correção do imposto a restituir”, explica.
O mesmo raciocínio vale para os contribuintes que possuem dívidas e pretendem usar a restituição como garantia na busca por empréstimos em instituições financeiras, com a intenção de quitá-las. Mas este expediente só compensa se os juros da dívida existente forem maiores do que os da linha de crédito que se vai contratar.
Coordenador do MBA em Contabilidade e Direito Tributário do Instituto de Pós-Graduação (IPOG), ele pondera ainda que este tipo de operação pode ser arriscado, "pois sempre há incertezas quanto à data para o recebimento da restituição."
De acordo com o especialista, mesmo optando por fazer precocemente o acerto de contas com o Leão, não existe qualquer garantia de que o dinheiro saia no primeiro lote. “Afinal, se houver algum erro de preenchimento, seja por culpa do contribuinte ou das fontes pagadoras, são grandes as chances de se cair na malha fina. Concretizando-se esta situação, o contribuinte terá de retificar a declaração, procedimento que pode ser demorado”, justifica Madruga.
Jornalista responsável: Wagner Fonseca – Mtb 15155